"Faço-lhe notar que um ser humano que não sonha é como um corpo que não transpira: armazena uma porção de toxinas"
Truman Capote

3.21.2010

Poesia, poetas, poemas, poética...


Hoje é um dia especial... comemora-se o Dia Mundial da Poesia...
O mesmo é dizer, que se celebram os poetas, os tais que, nas sábias palavras de Maria Gabriela Llansol "vêm e anunciam a geografia imaterial por vir".

3.14.2010

Uma releitura de Shakespeare


(…)
Essa é a maravilhosa tolice do mundo: quando as coisas não nos correm bem – muitas vezes por culpa dos nossos próprios excessos – atribuímos a culpa dos nossos desastres ao sol, à lua e às estrelas, como se fôssemos celerados por necessidade, tolos por compulsão celeste, velhacos, ladrões e traidores pelo predomínio das esferas; bêbedos, mentirosos e adúlteros, pela obediência forçada a influências planetárias, sendo toda a nossa ruindade atribuída a influência divina... Óptima escapatória para o homem, esse mestre da devassidão, responsabilizar as estrelas pela sua natureza de bode.
(…)
"Rei Lear" William Shakespeare

3.07.2010

Desenhos Negros

Absolutamente a não perder, a retrospectiva de Robert Longo em exposição no Museu Colecção Berardo até 25 de Abril.

Maioritariamente constituída por desenhos a carvão em grande formato, inclui também escultura e pintura (esta integrada naquilo que Longo designa por Combines, onde mistura desenho, pintura e escultura).

Esta reunião de trabalhos “devolve-nos” a no desenho, no saber fazer que alguma “contemporaneidade” mais radicalizada foi subtraindo a esta disciplina, ao ponto de quase se considerar vexatóriamente académico (terrível epíteto este) um desenho figurativo, próximo do objecto que lhe serviu de modelo.

Longo sabe o que faz, e aquilo que faz é bem feito. O seu desenho é superiormente desenhado. Os trabalhos mostrados fazem parte de séries desenvolvidas com recurso a motivos recorrentes: vagas, explosões, tubarões, não deixando de fora a representação de rostos nos quais transparece uma grande serenidade não obstante a densa e inquietante penumbra que os envolve.

Presente também nesta exposição – e bem representada - a celebrada série “Men in the Cities”, da qual e um pouco ineplicávelmente um dos desenhos corre o risco de passar despercebido, dada a sua localização no átrio do Piso 0 em sítio pouco evidente.