Como já aqui foi dito, pôr os livros em ordem é um trabalho que me fascina, não obstante tal tarefa ter por vezes o seu quê de delirante.
Vem isto a propósito dos “meus” livros se movimentarem para além do que é comum e razoável, desaparecendo por vezes, escondendo-se, volatilizando-se por assim dizer, para reaparecerem de forma inopinada, sem aviso prévio e invariavelmente quando já desisti de os procurar, por considerar não ser possível encontrá-los. Daí que, não raras vezes suceda também, existirem por aqui aos pares… porque um desapareceu e a dado momento faz falta, e porque assim é, compra-se outro e… depois do assunto resolvido, surge ufano o procurado, num lugar improvável ou pelo contrário tão óbvio e evidente que o torna invisível.
Também acontece que ao serem emprestados – e isso é muito frequente – se recusem a regressar. Porquê? Por serem melhor tratados, de forma mais carinhosa ou porventura adoptados, acontecendo que por lá ficam – onde quer que isso seja – presumo que bem entregues, seguramente em boas mãos, e mais criteriosamente arrumados.
Chego a pensar que tal atitude será causada por não lhes dar a devida atenção, beliscando-lhes o ego, ou por não lhes arranjar melhor acomodamento do que o chão!?!
Que estejam bem, é o que me ocorre pensar. Se um dia lhes aprouver regressar, serão bem recebidos. Sem ressentimento ou ódios de estimação que são coisas que não alimento.
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