Gosto de pensar que os livros, as capas e os títulos devem ter uma relação muito próxima.
Dá-me satisfação que um livro de que goste muito, tenha uma capa que se lhe adeqúe, que de algum modo espelhe (ou que pelo menos tenha algum tipo de correspondência com) o seu conteúdo e que o título, mais explícito ou subjectivo, também com ele se relacione.
Quando isto não acontece, a plenitude não foi atingida e algo se perdeu.
Geralmente compram-se os livros pelos assuntos/tema, pelos autores, por alguma sugestão ou informação obtida.
Já comprei livros pelas capas, outras vezes pelos títulos ao abrigo do pensamento que uma capa tão magnífica ou um título tão sugestivo não podem envolver um mau livro. Quando a tal relação de proximidade não se estabelece, espanto-me com o resultado e sinto-me invariavelmente enganado (sem razão admito), mas não consigo deixar de considerar isto a modos que fraudulento.
Existe um provérbio inglês: “Don’t judge the book by the cover” que diz tudo. Mas no que diz respeito aos livros – como também às pessoas – não fazemos outra coisa…
Mas como diz Umberto Eco: “Nenhum verdadeiro patife se assemelha a um patife” e está tudo dito.
Um livro que reli recentemente “A angústia do guarda-redes antes do penalty” de Peter Handke, teve quanto sei duas capas em edição portuguesa e qualquer uma delas é bem pior do que a outra!Mas não é caso exclusivo do nosso país. Uma curta “investigação” permitiu perceber que a maioria das capas estrangeiras, não é muito melhor.
Nada disto inviabiliza que continue a considerar o livro interessante e o título magnífico, mas fica a faltar qualquer coisa…