"Faço-lhe notar que um ser humano que não sonha é como um corpo que não transpira: armazena uma porção de toxinas"
Truman Capote

4.25.2006

Júlio Pomar


É de pequenos prazeres que se trata…

Acerca deste pequeno livro de poesia, não sei nada. Ou quase nada, para ser mais preciso. O pouco que sei, digo-o em poucas palavras porque pouco mais é do que aquilo que se pode saber pela capa. Reconheço, porém, que não me dei a investigações mais aturadas.

Será talvez uma edição de autor, dado não haver qualquer menção editorial. O único dado extra é “Lisboa 1950” e é tudo.

A poesia impressa, não resiste ao tempo. Resta-lhe, é a minha opinião, opinião de um não literato – o lugar documental no âmbito da resistência e da urgência da sua mensagem de revolta contra a ditadura de cariz fascizante que na época, pela força se impunha e que havia de durar até 25 de Abril de 1974.

(É bom lembrar hoje esse aniversário!)

Mas não é só isso que eu não sei, nem é apenas isto que eu sei.

Ignoro também se o belo desenho que surge na capa, foi feito propositadamente para ela ou se já existia e foi adaptado. Assim como ignoro a relação entre Pomar e o poeta. Se a cumplicidade entre eles era maior ou da exacta medida da militância de ambos.

Seja como for, é um pequeno (grande) prazer contemplar esta capa. Isso, eu sei. Apreciar a sua simplicidade despojada, como o seu afirmativo “silêncio” perante as palavras que o livro transporta. Marca presença apenas, o que não é pouco.

Mas vem tudo isto a propósito de pequenos prazeres… daqueles em que o João é mestre, ao proporcionar-me descobertas destas… É mais do que provável ter encontrado este pequeno tesouro num recôndito recanto de algum alfarrabista…

1 comment:

Anonymous said...

Foi pela capa :) porque na altura não conhecia o Sidónio Muralha, e este género de capas hoje são tão raras...
E foi no quiosque-alfarrabista das arcadas do Terreiro do Paço, quando se atravessa a passadeira do Martinho da Arcada na direcção do arco da Rua Augusta.
Não podendo comprar um livro que queria por insuficiência de capital, o quiosque-alfarrabista convenceu-me a levar este, mais baratinho. Parece que ele é um conhecedor do poeta Muralha.